Exposição Individual Juliana Oliveira na GAL: Estar Íntimo

Estar Íntimo é um convite para os encontros em casa. A exposição da artista belo-horizontina Juliana Oliveira, que ocupa parte do 2º andar da Casa GAL, recupera histórias construídas em outros ambientes domésticos. Truco, cerveja, comida e música são pretextos para reuniões afetivas que se estendem por horas a fio e consagram sala e cozinha em lugares de confiança e apoio.

Assim, a casa da artista ou de amigos se torna abrigos íntimos e seguros para ser quem se é, protegido dos olhares violentos, do racismo e da lgbtfobia que permanecem do lado de fora da porta.

Juliana vem ocupando um dos quartos da Casa Gal desde janeiro, onde segue em residência. Ali mantém o ateliê em que cria composições com cores, corpos e faces destinadas a habitarem outros espaços, muito além daquelas quatro paredes.

As poses e olhares representados revelam relações de afeto e intimidade entre a pintora e os sujeitos que retrata. Ao se colocar diante de cada quadro, o observador compartilha desse encontro e pode acessar memórias próprias, referentes às pessoas e lugares que são familiares para si.

Texto crítico por Marina Romano


Sobre Juliana Oliveira 


Vive e trabalha em Belo Horizonte. É graduanda em Artes Visuais pela EBA/UFMG.

Sua trajetória artística transita entre diferentes espaços e suportes, tendo como foco principal a pintura. Investiga as características expressivas da figura humana, explora as proximidades do ato do retrato como possibilidade de acesso às questões de identidade e de raça, mesclando sua própria história às subjetividades e memórias, individuais e coletivas, da pessoa retratada. Sua prática utiliza elementos composicionais como objetos, acessórios, cores, estampas e as interações que inscrevem o corpo no espaço. Suas pinturas discutem a relação entre o jovem belorizontino/brasileiro e seu cotidiano, suas relações, escolhas, conflitos, afetos, amizades, sonhos e, principalmente, sua interação com o circuito cultural dos lugares que vive.

Realizou as mostras individuais Dialética – Corpo, História e Som (em cartaz até 26/2 na 2a mostra 2022 CCSP (@artesvisuaiscentroculturalsp ) – São Paulo, SP), Julianismo (2022, Galeria do Centro Cultural Sesiminas – Belo Horizonte, MG), Instalação Corpo História (2022, Virada Cultural BHBH MG), Entre – Lugares Julianismo (2022, Arte no centro – Ocupação Artística Teatro Espanca – BH, MG). Participou das exposições coletivas Dengos do Cotidiano (2022, – BH, MG), Pertencer e Mudar (2022, Museu da República no RJ – Rio de Janeiro, RJ), 2o Festival da Casa Camelo de Arte Contemporânea (2021 – BH, MG), NOIZ (2020, Espaço Cultural OCA Livre – BH, MG) entre outras. Foi selecionada para a residência Lab BDMG Cultural (2021 – BH, MG). Suas obras foram vendidas na feira ArtRio em 2021.


Serviço

Abertura da exposição:

Quinta-feira (23.03)

Horário: 17h às 21h

Local:Casa Gal - Rua Groelândia 50 - Sion. Belo Horizonte, MG.

Funcionamento:

Mostra Estar Íntimo

Até 20.5.23 - Terça a Sexta 14h - 18h e sábado 10.30h - 13.30h.

info@gal.art.br / 31.99370.8998.


Sobre a GAL

GAL é uma galeria de arte virtual que desenvolve projetos independentes voltados à pesquisa e circulação da arte contemporânea brasileira. Disponibiliza um acervo de obras selecionadas de artistas brasileiros contemporâneos para venda online, em um modelo transparente que resulta no financiamento de suas ações. 

A GAL propõe um modelo alternativo ao praticado por galerias e instituições, buscando outros contextos para artistas mostrarem suas produções junto ao público e colecionadores diversos. Um projeto desterritorializado que realiza exposições em espaços em desuso ou ocupa temporariamente espaços culturais tradicionais e/ou privados. 

A proximidade com estes artistas, de trajetórias e interesses diversos, somada a rede de colaboração que reúne pesquisadores, críticos, curadores, além de parceiros de diferentes áreas de atuação, como arquitetura, cinema e publicação gráfica é o que garante este modelo único e destoante. 

A GAL surgiu em 2017 em Belo Horizonte e suas ações têm alcance global. 


Sobre a Casa GAL

Localizada no Sion, foi construída na década de 60, projeto do arquiteto Laercio Gontijo e desde então habitada por uma única família. Desocupada em setembro deste ano, a residência em breve estará à venda. “Achamos que seria interessante abri-la para visitação uma vez que a grande maioria dos espaços não tombados pelo Patrimônio em Belo Horizonte acabam sendo vendidos para incorporadoras e demolidos”, conta Laura.  “O interessante em se propor um projeto sem território definido como é o caso da GAL, é que a cada ocupação somos desafiados a pensar e repensar a interação entre a arte contemporânea, a arquitetura, a cidade e o público” completa. 

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