Pela primeira vez na história, Belo Horizonte recebe uma escultura urbana feita por um artista indígena
September 25, 2020Além das pinturas das quatro empenas desta edição, o Cura conta também com duas intervenções inéditas em outros pontos do Centro de BH. O primeiro deles é o Viaduto Santa Tereza.
Inaugurado em 1929, o Viaduto Santa Tereza é um dos ícones arquitetônicos de BH e, nos últimos anos, se tornou cenário de uma cena cultural pulsante, onde múltiplas iniciativas dão vida ao espaço, atraindo pessoas de toda a cidade e também de fora dela. Sob sua estrutura, já recebeu peças teatrais, intervenções e os Duelos de MC’s, produzidos pelo coletivo Família de Rua, que já revelou grandes astros do rap nacional.
Pela 1ª vez em sua história, os arcos do viaduto foram transformados por uma grande instalação criada pelo artista contemporâneo de Roraima, Jaider Esbell (@jaider_esbell). A obra, um inflável de cerca de 40 metros promete surpreender!
“O processo coletivo de construção do CURA 2020 nos deu a oportunidade de receber a potência de artistas de todo o país, artistas que nos abraçaram e aceitaram fazer parte da família. O Jaider Esbell é um deles e, pra nós, é uma honra tê-lo nesta edição” diz Priscila Amoni, uma das idealizadoras e curadoras do festival.
A obra, duas serpentes inflaveis que se encontram no meio do viaduto, tem como simbologia a cura. No xamanismo indígena, ela é considerada um “animal de poder” e está presente como força de cura, regeneração e transformação, com capacidade de “comer as doenças” mais graves que acometem o ser humano.
Link para vídeos: https://drive.google.com/drive/folders/1Y-pzdAKlhEGE_OQuXI2O8vtg7pyhLiQH?usp=sharing
Sobre Jaider
Jaider é artivista indígena da etnia Makuxi (RR) com prêmios na literatura, nas artes visuais e no cinema. Desde 2010, encontra também na escrita caminhos para suas manifestações artísticas. Trabalhos individuais e coletivos, tanto no Brasil quanto no exterior, marcam a trajetória do artista que vive em Boa Vista (RR), capital onde criou e mantém a primeira galeria de arte exclusivamente para obras de arte indígena contemporânea.