As peças de Elisa são resultado da soma do traço arquitetônico com a paixão pela marcenaria, o valor das técnicas artesanais, a pureza das pedras e a conexão com o natural e orgânico. Por trás das criações está Elisa Cordeiro, arquiteta mineira que agora também se aventura do mundo das joias.
“Há 5 anos, num desejo totalmente despretensioso, desenhei e prototipei algumas joias” conta ela. “Em 2020, período da pandemia, ganhei de uma amiga um livro de Gemas. Fiquei completamente obcecada! Coincidentemente neste mesmo período, em meio a arrumação do escritório de casa encontrei os cadernos antigos com os desenhos, anotações de todos os modelos de brincos, anéis, broches… Resolvi retomar essa produção e nasceu Elisa” completa.
A primeira coleção se chama Tempo. São peças que apresentam como principal liga a prata com o acabamento natural, sem polimento. A prata faz a conexão entre a pedra - pirita, ametista, água marinha, quartzo rosa, greengold e citrino - com a madeira - jacarandá (demolição) e cedro. As peças nascem a partir de uma geometria pura e que naturalmente são desconstruídas formando um elemento orgânico e com movimento. “Crio de maneira intuitiva. A partir do traço nasce a função e não o contrário. A joia é a representação livre e que traz uma grande trajetória em poucos rabiscos” diz Elisa.
Elisa é sofisticado e atemporal.
As peças estão à venda no site www.designelisa.com
Serviço
@e.li.sa__
www.designelisa.com
A moda é retrato do tempo atual, natural que o curso superior da faculdade Fumec, o primeiro de Minas Gerais, se adaptasse tão bem à realidade virtual trazida pela pandemia: de aulas e laboratórios online ao evento de formatura - que acontece no próximo sábado (18/12) às 19h.
“Fomos rápidos a nos adequar e fizemos os ajustes necessários para que o ensino não fosse prejudicado” explica Antônio Fernando Batista dos Santos, coordenador do curso. O manequim de moulage, por exemplo, foi enviado a casa de cada aluno para que pudessem fazer os experimentos que outrora faziam no campus. As aulas foram incrementadas com a biblioteca do professor, ali à mão. A turma de formandos de 2021 pode realmente dizer que seu ensino se deu de forma híbrida, já que dois dos quatro anos do curso foram à distância.
E essa característica atual da moda se reflete nos trabalhos de conclusão do curso. Pela primeira vez fica nítido o quanto os alunos olharam para dentro ao desenvolver seus projetos. “Depois de dois anos em casa, os trabalhos expressam a personalidade única de cada um” explica Antônio. Essa é a principal característica deste ano, num curso em que tanto se olha ao redor, desta vez se olhou no espelho.
Também por isso, o 31º Fumec Forma Moda é ainda mais plural. A classe de 2021 é composta por alunos com as mais diferentes histórias, como Luiza Quintino que se inspirou na revolução chinesa, país onde seu pai mora ou Bruna Barreto que trouxe seu amor por cavalos e o interior para um trabalho de temática country. Já Noberto Resende, que apesar de jovem tem já uma carreira no mercado, aproveitou o momento para fazer experimentos para sua marca, a Norb Brand que já participou do Minas Trend.
Aqui o material completo de todas os alunos:
https://drive.google.com/drive/folders/1PPUUE61Li3IMrq-UkRAuSI3NQzUcUUZP?usp=sharing
A apresentação final faz parte do projeto pedagógico do curso, um evento que é parte do calendário da moda de Belo Horizonte e também acadêmico. “Estamos desenvolvendo esta apresentação desde agosto, dentro da disciplina TCC” conta Antônio. Coordenando tudo está Alessandra Soares, da Voltz Design, que escalou uma equipe com nomes como do fotógrafo Marcio Rodrigues e do arquiteto e cenógrafo Alexandre Rousset, entre outros.
A noite de sábado promete um trabalho experimental, porta de entrada oficial ao mercado de trabalho.
Serviço
Fumec Forma Moda – Classe 2021
Dia: 18/12
Hora: 19h
https://www.instagram.com/fumecformamoda
A sexta edição do CURA – Circuito Urbano de Arte está histórica. Enquanto o festival está para anunciar novas atrações, o público já pode curtir três obras de artes públicas que instigam e colorem o centro de Belo Horizonte.
A primeira obra finalizada foi a empena do artista mineiro Ed-Mun, que representa a caligrafia, essência do graffiti. “Ele é referência mundial em graffiti 3D e orgulho de BH! É uma honra inaugurar nosso novo espaço de imersão em arte pública com uma obra desse mestre” fala Priscila Amoni, idealizadora e curadora do festival que está acontecendo pela primeira vez na Praça Raul Soares.
No alto do Edifício Paula Ferreira (Praça Raul Soares, 265) pode ser observada toda a complexidade de uma obra que traz o 3D e o anamorfismo. As cores lembram o barro, a cerâmica e as pedras, o pigmento vermelho amarronzado, que remete a pigmentação natural, mas também dialoga com a cor do prédio onde o graffiti está. O movimento dos traços remete ao símbolo do infinito e mostra que a arte e a escrita vêm de dentro.
Já Kassia Rare Karaja Hunikuin é agora a primeira mulher sexagenária e avó assinando uma empena. Com sua firmeza e alegria, colocou a ancestralidade à frente da maior pintura já feita pelo Coletivo Mahku. “Que os espíritos da floresta e todos os orixás nos iluminem de bênçãos. E que a cura que tanto louvamos, venha! Abraços dessa sexagenária feliz pelo feito” fala. A força da floresta e do povo Huni Kuin navegou desde o rio Jordão, afluente do rio Amazonas, no Acre, para fazer um canto de cura no alto do Edifício Levy (Avenida Amazonas, 718).
O hipercentro de BH vive agora marcado pela pintura dos artistas do coletivo Mahku: Kassia Hare Karaja Hunikuin, TxanaBane e Itamar Rios. Os Txai trazem consigo a identidade de seu povo, sua luta pelo direito ao território e seus encantamentos medicinais. “O CURA se torna ritual junto a essas presenças. Chamamos as forças das mães e avós pra cidade cantando e pintando, como as matriarcas nos ensinam. Salve sua sabedoria. Estamos gratas por topar com a gente essa empreitada!” agradece Priscila Amoni.
A Raul Soares agora é casa da maior pintura Shipibo do mundo, uma pintura monumental de 2870m2 feita no chão pelos artistas peruanos Sadith Silvano e Ronin Koshi. “Pintar uma obra da dimensão que é a obra dos Shipibos em Belo Horizonte foi desafio gigantesco. A grande Anaconda é um presente para cidade” diz Priscila. A obra celebra a vida e a sabedoria ancestral das nossas irmãs e irmãos Shipibos, celebra e homenageia a mãe d’água Anaconda e guarda no hipercentro da cidade a magia dos encantados e dos vivos.
A grande guardiã das águas agora também guarda nossa praça, nosso novo espaço de imersão em arte pública e sibila para o mundo uma verdade nada silenciosa: “a gente sempre esteve aqui”. Essa reflexão sobre território, povos originários e diversidade é o sul que guia o CURA nesta edição.
Um CURA expandido
Ainda este ano, o CURA recebe Mag Magrela, artista selecionada pela convocatória nacional, que irá ocupar a empena do Edifício Savoy (Av. Bias Fortes, 1577),recebe o trabalho do Grupo Giramundo, com meio século de atuação e um dos teatros de bonecos mais antigos do Brasil e também lança seu catálogo.
O CURA21, que teve início junto com a primavera e segue em movimento, como fluxo de possibilidades, é também sobre renasce), sobre cura, sobre outras formas de pensar e fazer arte, sobre ouvir histórias que não são contadas e entender o que nos dizem esses povos de histórias negadas, mas que sempre estiveram aqui.
As novas obras:
- Empena
Artista Ed-Mun (MG)
Edifício Paula Ferreira - Praça Raul Soares, 265
- Empena
Artistas Kassia Rare Karaja Hunikuin com Coletivo Mahku - Movimento dos artistas Huni Kuin (AC)
Edifício Levy - Av. Amazonas, 718
- Pintura-ritual - Chão da Av. Amazonas, ao redor da Praça Raul Soares
Sadith Silvano e Ronin Koshi, artistas Shipibo ( Peru)
Sobre o CURA21 – 6ª edição
Todo ano o CURA se permite escutar, aprender, propor, se transformar. Em 2021, ele se apresenta expandido — na sua duração, nos modos de conviver na cidade, de experimentar encontros na rua. Um Cura contínuo, sem ponto final.
Uma decisão que se reflete já na escolha por uma curadoria que se aprofunda em um Brasil que não é somente urbano e sudestino. Naine Terena de Jesus, pesquisadora, mestre em arte e mulher indígena do povo Terena, e Flaviana Lasan, artista visual e educadora, com pesquisa sobre a presença da mulher na história da arte, somam seus olhares e vivências com as das idealizadoras Janaína Macruz, Juliana Flores e Priscila Amoni para conceber um festival-ritual, que abre os ouvidos e desperta os sentidos para os saberes, as tecnologias e os modos de fazer artístico dos povos tradicionais.
Sobre o Cura
O Circuito Urbano de Arte realizou sua quinta edição em 2020, completando 18 obras de arte em fachadas e empenas, sendo 14 na região do hipercentro da capital mineira e quatro na região da Lagoinha, formando, assim, a maior coleção de arte mural em grande escala já feita por um único festival brasileiro.
Idealizado por Janaina Macruz, Juliana Flores e Prisicila Amoni, o CURA também presenteou BH com o primeiro e, até então único, Mirante de Arte Urbana do mundo. Todas as pinturas podem ser contempladas da Rua Sapucaí.
Serviço
CURA – Circuito Urbano de Arte, 6ª edição
Local: Praça Raul Soares
https://www.instagram.com/cura.art
https://cura.art