Reta Final: Exposição “Lembra: isto é rio”

A exposição “Lembra: isto é rio” com 19 fotografias de André Carvalho, expostas nas grades do Parque Municipal, no centro de Belo Horizonte, segue em cartaz. As imagens ficam ali até o dia 30 de junho, facilmente acessadas por toda a população que circula pelo centro da cidade, inclusive à noite. Há pontos de iluminação em cada placa que tornam a visita noturna possível.

“Lembra: isto é rio” é uma maneira de compartilhar belezas e potencialidades das águas urbanas e de seus cuidadores, muitas vezes invisibilizados na cidade. Além da poluição por esgotos, hoje grande parte dos rios e córregos das bacias hidrográficas está canalizada e encoberta por ruas e avenidas. Por isso, os lugares e pessoas retratados são também convites a um mergulho demorado nessas águas. 

A mostra é uma das ações do Projeto de extensão Lembra: isto é rio, da Escola de Arquitetura da UFMG, que  busca trazer para o debate público diferentes questões sobre imaginários e vivências com as águas urbanas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Devido a políticas urbanas equivocadas, muitas vezes a água é vista nas cidades como sinônimo de enchentes ou esgoto. Mas os córregos, ribeirões e rios na verdade podem ser lugares de bem-estar, lazer e produção de saúde. É isso que essa exposição quer mostrar. A beleza das águas na cidade já é uma realidade. Só precisa ser bem tratada, principalmente pelo poder público. As fotos do André Carvalho convidam a conhecer uma realidade para sonharmos com uma cidade amiga das águas, em que possamos passar um domingo de sol na praia na beira do Ribeirão do Onça”, “, explica Roberto Andrés, coordenador geral.

André Carvalho foi o artista convidado para a expedição fotográfica pelas águas em Belo Horizonte, Contagem e Sabará. “Ele já realizou outros ensaios fotográficos em eventos com a temática das águas, além de recentemente ter estreado seu documentário “Re-conciliar”, que apresenta a luta comunitária em torno do Córrego Capão, na regional Venda Nova”, diz Isabela Izidoro, que junto a Elisa Marques e André Mendonça, assina a pesquisa. 

O evento de abertura é uma visita guiada, aberta ao público, que acontece às 17h. O ponto de encontro é no Teatro Francisco Nunes.

Lembra: isto é rio

A exposição Lembra: isto é rio apresenta fotografias de nascentes, cachoeiras, margens e matas do Ribeirão Arrudas, do Ribeirão da Onça e de seus afluentes, em Belo Horizonte, Contagem e Sabará.

O fotógrafo André Carvalho partiu de sua casa, à beira do Córrego do Capão, em Venda Nova, e foi ao encontro de paisagens de águas e de seus habitantes. Encontrou-se com pessoas que são referência de uma política ambiental praticada no dia a dia, na luta e na lida cotidiana pela sobrevivência de cursos d’água: Cercadinho, Ferrugem, Capão, Acaba Mundo, Joões, Izidora, Onça, Arrudas, Brejinho, Maria Brasilina, Tamboril, Bom Jesus. 

Essa coleção de imagens convida a um mergulho demorado pelas experiências de cuidado e belezas existentes nesses territórios, com o intuito de extrapolar uma visão pessimista da água urbana, que a ressalta em suas precariedades, como sinônimo de água suja. Cuidar das bacias do Arrudas e do Onça é cuidar da saúde e do bem-estar da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas é também muito mais: é trabalhar para que água de qualidade e em quantidade seja entregue para o Rio das Velhas, para o Rio São Francisco e para os oceanos.

O nome da exposição é uma referência à frase pixada pelo artista Comum, nas vigas de concreto do canal do Ribeirão Arrudas, na região central de Belo Horizonte. A afirmação, que deveria ser óbvia, parece necessária quando, cada vez mais, perdemos a compreensão da nossa relação com as águas (e com a terra, com as plantas, com os bichos). Lembrar não apenas um passado saudoso e romântico, mas ressaltar aquilo que ainda é, e tem toda a possibilidade de seguir sendo: rio. Esta ação integra o projeto de extensão Lembra: isto é rio, da Escola de Arquitetura da UFMG. Os registros fotográficos foram realizados entre o verão de 2023 e o outono de 2024.

Ficha técnica

Projeto Lembra: isto é rio

Coordenação geral

Roberto Rolim Andrés

Coordenação e pesquisa

Elisa Porto Marques

Isabela Oliveira Izidoro 

André Siqueira de Mendonça

Pesquisa e extensão

Ana Carolina da Silva Oliveira

Juliana Rodrigues Soares

Apoio técnico-administrativo

Fábio Gustavo da Silva Souza

Fernando Antônio De Sousa Alvarenga

Exposição

Artista convidado
André Carvalho (Octopus Filmes)

Curadoria e texto
Elisa Porto Marques
André Siqueira de Mendonça
Isabela Oliveira Izidoro
Roberto Rolim Andrés

Projeto gráfico e diagramação

Camila Malloy

Mapas
André Siqueira de Mendonça
Juliana Rodrigues Soares

Montagem
Artwork

Revisão
Constance von Krüger

Serviço

Lembra: isto é rio

Grades do Parque Municipal, na Avenida Afonso Pena, próximo à entrada principal do Parque:  Av. Afonso Pena, 1377 - Centro, Belo Horizonte - MG.

Período: 05/06 a 30/06

Horário: 24h

Gratuito e sem restrição de idade

https://www.instagram.com/lembra.istoerio



3ª edição do MAMU - Morro Arte Mural

Quem passa pela BR-356, também conhecida como Avenida Nossa Senhora do Carmo, é surpreendido pelo macro mural da artista capixaba Kika Carvalho, pintado nas casas da comunidade do Morro do Papagaio. A obra, que está em fase de finalização, faz parte da 3ª edição do Mamu - Morro Arte Mural. 

“A Kika tem como inspiração a sua série “Brasões” onde ela pinta diversos papagaios (também conhecido como pipa), num diálogo lúdico com o nome da comunidade” explica Janaína Macruz, diretora executiva do projeto. 

Inicialmente, os brasões foram pensados para serem pipas, que eram distribuídas no antigo atelier da artista, ao pé do Morro da Piedade, em Vitória (ES). Os brinquedos eram produzidos com imagens relacionadas à cultura afro-brasileira, em especial a relação com os orixás. “E assim inserindo esses símbolos que são afastados das crianças negras, através da brincadeira, sem necessariamente instituí-las a rituais, a questão religiosa em si” conta a artista. “São representações de pipas/papagaios, que eu chamo de brasões. Um projeto que comecei em 2020, que traz a questão da representação familiar, pensando em brasões como um escudo que representa uma determinada família” finaliza Kika. 


Festa de encerramento 

No próximo domingo (30/06), a partir das 15h, o Morro do Papagaio, na região centro-sul  de BH, recebe festa à altura do macro mural feito pela artista capixaba Kika Carvalho, parte da 3ª edição do MAMU - Morro Arte Mural. 

Entre as atrações, festival de papagaio que tem patrocínio da Xeque Mate, barracas de alimentação, bebida e comidas típicas de festa junina, além de uma intensa programação musical. Vale destacar que todas as atrações fazem parte da comunidade. 

Incluindo MC Rick, um dos principais nomes da cena de funk da cidade, com forte projeção nacional e que fecha as apresentações dos  MCs do morro: MC Boliviano, MC Fiote do PPG, MC Jonatha e MC Kattrina. 

Programação Festa de Inauguração Macro Mural Kika Carvalho MAMU Morro do Papagaio

15h às 16h15 - DJ Yuga 

16h15 às 16h45 - Apresentação Quadrilha da Escola

16h45h às 17h15 - DJ Devast

17h15 às 17h30 - Apresentação Grupo Erro 404

17h30 às 19h00 - Funk do Papagaio com MC Boliviano, MC Fiote do PPG, MC Jonatha e MC Kattrina. Show MC Rick. 

19h às 21h30 - Roda de Samba com o grupo Samba do Pio

21h30 às 22h - DJ Tamtam

O evento tem patrocínio da Xeque Mate. 



Serviço

Encerramento 3º MAMU - Morro Arte Mural

Dia: 30/06 

Horário: 15h às 22h

Local: Quadra do Morro do Papagaio - Av. Nossa Senhora do Carmo, s/nº

@mamumorroartemural 



Sobre o MAMU e a 3ª edição 

MAMU – Morro Arte Mural é um projeto de arte único em Minas Gerais que cria macro murais com as casas de vilas e comunidades vulneráveis. A terceira edição acontece no Morro do Papagaio, no mês de junho, depois de passar pelas comunidades do Cruzeirinho no Alto Vera Cruz (2018) e Vila Nova Cachoeirinha (2022), tendo todas elas, patrocínio master da Cemig. 

O projeto almeja fomentar a arte e ajudar a formar novos artistas em regiões que pulsam e vivem arte, mas que carecem de oportunidades. Um dos pilares do MAMU é contar com a maioria da equipe e fornecedores da comunidade e realizar oficinas de formação artística exclusiva para os moradores do local que recebe o macro mural. “O Mamu é um projeto feito para a comunidade com participação ativa da própria comunidade” explica Juliana Flores, da Pública Agência de Arte, que está à frente do projeto.


Sobre Kika Carvalho

Capixaba de Vitória e radicada no Rio de Janeiro, Kika Carvalho é artista visual, com obras expostas em Inhotim e na Pinacoteca de São Paulo, além de países como Portugal, Itália e Estados Unidos. Kika está em Belo Horizonte como artista convidada da 3ª edição do MAMU - Morro Arte Mural, que acontece no Morro do Papagaio durante o mês de junho. 

Versada em diferentes suportes, técnicas e escalas, suas obras têm como foco o retrato de mulheres negras, a cultura e a matriz africana, tendo o azul como cor predominante. Desde 2009 está inserida na cena de arte urbana e fundou, junto a outras mulheres, o primeiro coletivo do tipo do Espírito Santo. 

Sobre sua participação no MAMU, Kika diz que “é um trabalho muito complexo de fazer,  os próximos dias são de dedicação ao projeto e capricho para entregar o melhor resultado possível”.

Patrocínio master: Cemig e Lei Estadual de Incentivo à Cultura

Patrocínio: BDMG, Rede Materdei de Saúde, Lei Municipal de Incentivo à Cultura, Coral e Xeque Mate

Apoio: Urbel e Favela Bela

Produção: ÁGUA - Agência Urbana de Arte

Realização: Pública




Estilista Athos Henrique volta à BH e relança projeto autoral Nove

Depois de dois anos e meio em São Paulo, onde trabalhava como estilista da grife NK, o mineiro Athos Henrique está de volta a BH. O retorno à capital mineira veio a convite da Tufi Duek, para coordenar o novo processo de estilo da marca.

A nova fase é também de retomada da Nove, marca autoral que lançou em 2019 a partir de um projeto de conversas com diferentes convidados, que se transformavam em roupas e também era catalogado em vídeos. Desde a mudança para a capital paulista, a Nove estava adormecida.

“Ao longo de quase dois anos, fui registrando minha vida e momentos, em filmes 35mm e em vídeos com uma handcam vintage. Tudo para recriar o meu álbum”, conta Athos. “Álbum de Memórias” é o lançamento número cinco da marca e também o último com peças à venda. A Nove seguirá em movimento, de maneira expositiva, explorando novas formas de criação.

As peças estão disponíveis no studio Carlos Penna.

Nove | Álbum de memórias 

Projeto 9 - Ep. 05

Por Athos Henrique

Esse projeto é o início de uma nova fase da Nove, onde retorno ao lado mais experimental da marca. Inicialmente, antes de virar uma marca em atividade, a Nove era um projeto audiovisual, onde contava através de um desenvolvimento sob medida, um pouco sobre o produto que conseguia desenvolver de maneira independente.

Sempre com um convidado, o projeto cresceu e se tornou a marca que hoje conhecemos um pouco melhor. Agora o objetivo é retornar aos projetos para contar novas histórias. A primeira história desse retorno após dois anos e meio de pausa da marca, é a minha.

Álbum de Memórias é o título de um projeto que vai muito além da coleção, ela é um dos canais de comunicação para essa história. Aos nove anos de idade, vi minha mãe biológica ser presa e condenada a 29 anos de reclusão, por diversos crimes. Essa prisão resultou em muitas perdas, uma delas imagética! Eu e minha irmã, fomos levados com as roupas do corpo até a casa dos meus avós maternos e tudo que tínhamos foi completamente destruído por criminosos. Incluindo nossas fotos até ali.

Não há violência maior com uma história, do que o apagamento dela!

Deste incômodo imagético, surgiu a necessidade de recriar meu álbum, em um dos melhores momentos da minha vida e carreira.

Essa coleção é o meu guarda roupa, ela começa a partir de um conjunto jeans, que é uma releitura do jeans que presente na única foto impressa que restou da minha infância. Eu deveria ter por volta dos meus 6 anos de idade na imagem, que ficou guardada durante anos com meu pai. Todas as demais peças são relacionadas a momentos da minha vida e de minhas memórias.

Registrar novas memórias é uma maneira de me abraçar e agradecer!



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