Dos endereços mais tradicionais e queridos de Belo Horizonte, o Mercado Central completou 90 anos no dia 7 de setembro, marcando mais um ano como ponto de encontro e reduto cultural para os mineiros da capital e turistas que vêm de toda parte. O quase-centenário mercadocontinua trazendo tudo de mais tradicional que o mineiro adora e sempre seguirá sendo um local de encontro, confraternização e troca para os belorizontinos. Apesar da idade avançada, ele não deixa de se atualizar à medida que o tempo passa.
Algumas lojas vêm trazendo uma linguagem mais contemporânea ao mercado, como a padaria Du Pain, o armazém Roça Capital e a Do.Edu Store. Com um design mais moderno e jovial, esses estabelecimentos levam para os corredores do tradicional mercadoum ar mais descolado e acabam se destacando. Edu Mendes, dono da Do Edu Store comenta sobre esse “rejuvenescimento” do mercado: “É importante trazer novos públicos, acho que faz parte da evolução, mostrar que a tradição permanece, mas sob um novo olhar – para mostrar que é um espaço onde cabe todo mundo. Nós estamos fazendo algo que já era feito, trazendo elementos que já estão presentes na cultura do mercado, mas sob uma nova ótica”.
Ou seja, esse “rejuvenescimento” que acontece no mercadotem benefícios em duas frentes: o público mais jovem, que pode acabar se afastando da tradição de frequentar o MercadoCentral é chamado para ocupar esse espaço e, além disso, quem já costuma estar por ali tem a chance de se deparar com a possibilidade de novas experiências sem ter que mudar o endereço do local de compras. Edu complementa: “O mercadocentral é um lugar plural, todo mundo vai lá e isso condiz muito com nosso trabalho, que é tornar a decoração mais acessível – a gente quer aproximar essa linguagem contemporânea de artesanato a um público diverso”.
Colaborar é a palavra chave para a Endossa, negócio que nasceu em São Paulo trazendo uma inovadora lógica de vendas ao mercado, sendo a primeira loja colaborativa do mundo. Com esse modelo, é possível que pequenos empreendedores ocupem lugares de destaque, com boa estrutura e boa localização sem arcar com altos investimentos. O funcionamento é assim: cada empreendedor aluga uma “caixa” na qual pode colocar e retirar peças de acordo com sua vontade – ou seja, a curadoria dos produtos fica totalmente por conta do dono da marca. Outro diferencial é que o consumidor tem influência direta no que fica ou sai da “vitrine”, já que todas as marcas devem chegar uma determinada meta de vendas e quem não atinge, abre espaço para outro produtor.
A loja de Belo Horizonte, que fica na rua Sergipe, já está em parceria com várias marcas locais de moda, acessórios, arte e decoração. Depois que o empreendedor aluga sua caixa e seleciona as peças, a Endossa toma conta do resto: faz a conferência do estoque, fornece etiquetas e mantém as caixas organizadas do jeitinho que o empreendedor deixou. E para quem está sempre querendo conhecer novidades do mercado belo horizontino, a Endossa é o lugar certo – por causa dos contratos curtos e acessíveis, a rotatividades das marcas na loja garante novidades nas prateleiras durante o ano todo.
Para a Endossa, o principal valor que agrega ao mercado é trazer o conceito colaborativo, gerando impacto na economia local e, claro, prezando por contar um pouco da história de produtores locais para o consumidor final “Nosso maior atrativo, além de ter uma variedade enorme de produtos de vários segmentos, é a história que cada caixa conta: quem são as pessoas que criam aquele produto, quais são as inspirações, como ele é fabricado, como surgiu a marca, o nome… a aproximação do cliente ao que ele consome, saber a procedência do que se consome, conhecer um pouco daquelas pessoas que estão tão próximas de nós.”, conta Bárbara Magalhães, gerente e franqueada da Endossa em BH.
Serviço
Endereço: rua Sergipe 1179, loja 5 - Funcionários
Funcionamento: Segunda a Sexta - 11h às 20h e Sábado - 11h às 16h
Assim como a moda, o design e a arquitetura, o mercado das floriculturas também passa por tendências que se adequam ao contexto temporal e às necessidades do consumidor. Enquanto as lojas mais tradicionais se mantêm fiéis aos estilos mais clássicos de arranjos, apostando sempre nos mesmo tipos de flores e formatos, surgem no cenário maneiras de se pensar e fazer o design floral inspiradas em uma nova linguagem. O estilo desconstruído (estilo inglês) de arranjos é um exemplo disso, trazendo consigo a assimetria, flores exóticas, novas texturas e combinações de cores.
Em São Paulo, A Bela do Dia nasceu com o objetivo de levar ao mercado, de maneira mais ampla, o conceito de arranjos autorais, apostando no estilo inglês. Em Belo Horizonte, uma das referências no estilo desconstruído é a Uma Floricultura, que nasceu justamente com o intuito de romper com alguns paradigmas do mercado tradicional e trazer uma visão mais contemporânea ao mundo das floriculturas. Os arranjos da Uma, feitos pela fundadora Mariana de Paula, têm uma linguagem autoral com influência das artes, da cultura popular e da gastronomia.
O estilo desconstruído é uma das marcas da boutique, trazendo aos arranjos e buquês elementos inovadores, que normalmente não seriam utilizados – várias plantas regionais (do cerrado) e ramos mais rústicos que se contrapõem à delicadeza das flores cuidadosamente selecionadas. Sobre o conceito da Uma, Mariana explica: “Quando você escolhe um arranjo da Uma, no varejo, está escolhendo o tamanho e o vaso, porém as flores serão sempre uma surpresa. Dessa forma, podemos utilizar flores de época e exóticas, que em arranjos com flores pré-definidas não seríamos capazes de oferecer”.