Revista Marimbondo celebra uma década com lançamento de um livro comemorativo, com distribuição gratuita neste fim de semana

Marimbondo — revista de Beagá sobre arte, cultura e cidade, premiada na Alemanha e pela Bienal Brasileira de Design — experimenta um novo formato em livro, que será lançado neste sábado 23/08, no Centro Cultural Vila Santa Rita, e domingo 24/08, no Parque Municipal, com distribuição gratuita, e realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

O livro reúne algumas das matérias e ensaios fotográficos representativos das seis edições da revista (2012-2022), organizadas sempre por um eixo temático, como na edição #1 Rua, #2 Música & Território, #3 Teatro, #4 Congado, #5 Lagoinha e #6 Literatura & Cidade, e oferecem ao público uma forma de olhar Beagá em sua última década pelas lentes da cultura, com sua beleza, força e inquietude.

A Revista Marimbondo foi lançada em janeiro de 2012, exatamente durante um período de transformação de amplo espectro da cultura local, em que a cidade se abria especialmente para eventos realizados em espaços públicos, tendo como locus importante a rua, em suas mais diversas possibilidades. “Articulando movimentos importantes como a retomada do carnaval de rua de Belo Horizonte, a Praia da Estação, saraus/slams de poesia, o Duelo de MCs e oDuelo de Vogue, a revista concebeu matérias, entrevistas e ensaios (textuais e fotográficos) que mobilizavam mais que uma agenda, mas movimentos, deslocamentos e procedimentos artísticos e culturais da cidade, costurando a atualidade à história da cidade e dando espessura temporal aos acontecimentos”, diz Pedro Kalil, professor de Teoria da Literatura e um dos organizadores do livro. 

“A revista não apenas catalogava eventos, mas pensava e refletia sobre eles e seus impactos na cidade. Olhando em retrospecto, à medida que a revista costurava acontecimentos atuais à história da cidade, ela também registrava essa própria transformação da cidade — passando a ser ela, também, parte da escrita da cidade e fonte de futuros passados. Enfim, Marimbondo foi se tornando também memória”, reflete Kalil.

Assim como as edições da revista, que convida um editor ou editora para somar perspectivas e vivências, o livro reflete este trabalho multidisciplinar, de diferentes olhares e vozes. “É um livro para Beagá escrito a muitas mãos”, diz Carol Macedo, uma das idealizadoras e editoras da revista, além de organizadora do livro.

Ela lembra que, nestes dez anos, foram muitos fotógrafos, ilustradores, historiadores, designers e escritores que ajudaram a narrar a cidade, “profissionais brilhantes, apaixonados e generosos caminhando conosco”. Sobre a escolha pelo impresso (além do digital), ela afirma ser uma forma também de prestigiar o trabalho de fotógrafos e jornalistas locais, e de um espaço privilegiado para o design gráfico. 

E completa: “Marimbondo começou desejando ser uma espécie de verso da imprensa, no sentido de ser capaz de olhar para a cultura para além da agenda de eventos e rompendo com a divisão em editorias. Logo assumiu sua vocação. Não importa o eixo temático, ela é esse desejo de costurar laços com a cidade e com o tempo. Fazemos agora um convite ao encontro com o livro de 10 anos. Como disse Pedro Kalil, “como passado e futuro parece ser o laço que dá sentido à revista, olhar para trás é também encontrar o porvir. Marimbondo continua a voar”.

Lançamento do livro Marimbondo 10 anos

Organizadores: Carol Macedo, Júlia Moysés e Pedro Kalil

Data: 23/08 (sábado), no Centro Cultural Vila Santa Rita (R. Ana Rafael dos Santos, 149 - Vila Santa Rita / BH), das 10h às 12h 

24/08 (domingo), no Parque Municipal, próximo ao teatro Francisco Nunes, das 10h às 13h.

Este livro foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Distribuição gratuita





Centro Cultural Unimed-BH Minas lança segunda edição da revista Vai e Vem com homenagem a Helena Ignez

O Centro Cultural Unimed-BH Minas apresenta, no dia 21 de agosto, às 19h, o lançamento da segunda edição da revista de cinema Vai e Vem. Publicação das Salas de Cinema do Centro Cultural, a revista nasceu em 2022 com o objetivo de refletir sobre a programação e ampliar o diálogo com o público, alternando entre lançamentos comerciais, mostras temáticas e atividades formativas.

Dedicada integralmente à trajetória da atriz e diretora Helena Ignez, a nova edição surge como um desdobramento da mostra A Mulher da Luz Própria – o cinema de Helena Ignez, exibida em março deste ano. Ao longo de 126 páginas, o leitor encontra uma entrevista inédita com a artista, críticas, ensaio fotográfico, HQ e ilustrações, reunindo nomes de destaque do cinema, literatura e música.

Editada por Samuel Marotta, Glaura Cardoso Vale e Ewerton Belico, a revista traz contribuições de artistas, críticos e pesquisadores como Julio Bressane, Bárbara Colen, Lila Foster, Kiko Dinucci e Djin Sganzerla, entre outros. A proposta é oferecer uma abordagem acessível e plural, aproximando o público da crítica cinematográfica e valorizando a riqueza do acervo fílmico brasileiro.

O lançamento, com entrada gratuita, será realizado no Cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas e contará com a presença de Helena Ignez, que receberá o público em um coquetel de celebração.

Serviço

Lançamento da 2ª edição da revista Vai e Vem
Data: 21 de agosto de 2025 (quinta-feira)
Horário: 19h
Local: Cinema do Centro Cultural Unimed-BH Minas – Rua da Bahia, 2.244, Lourdes – Belo Horizonte/MG
Entrada gratuita | Distribuição de exemplares no local





Agnes Farkasvölgyi assina o restaurante MINÉRA na CASACOR Minas 2025 e propõe nova leitura da cozinha mineira contemporânea

Na edição comemorativa dos 30 anos da CASACOR Minas, o restaurante oficial da mostra volta a ter assinatura de Agnes Farkasvölgyi. Figura essencial na história da gastronomia local e nome já tradicional na mostra — esta é sua oitava participação, com seis restaurantes e dois cafés no currículo —, a chef apresenta agora o MINÉRA: uma cozinha mineira criativa, com repertório e frescor, pensada para dialogar com o tempo presente.

No cardápio, Agnes propõe uma cozinha mineira autoral, sem folclore nem concessões fáceis. Os pratos partem da tradição para experimentar, com leveza, acidez e precisão técnica. Entre os destaques, estão o Stinco em Cocote, com carne de porco cozida lentamente em panela lacrada com massa de pizza; o Filé, Cana e Café, servido com molho de cachaça reduzida e café; e o Tortelli de queijo adocicado com dashi de cebola queimada e tomilho, uma receita que sintetiza a proposta do restaurante: partir da herança para criar algo absolutamente novo.

As sobremesas são assinadas por Sá Marina, convidada por Agnes para integrar o projeto. Com o menu As Belas-Artes de Minas em 5 sobremesas, a chef confeiteira apresenta doces-esculturas que conectam arte, sabor e narrativa. Cada criação homenageia uma expressão artística — pintura, poesia, música, escultura e arquitetura — e um artista mineiro. Entre elas, Avoa, inspirada por Milton Nascimento, e Tropeço, que evoca Carlos Drummond de Andrade, são exemplos de como a confeitaria também pode provocar e emocionar. “Em Minas, aprendi que o açúcar também pode ser barro, ouro ou oração”, conta Marina.

Ao lado de Agnes, estão também Fernanda Brugger, radicada em Berlim, responsável pela criação do conceito do restaurante e coautora do cardápio, e Shima, parceiro de longa data, que contribui com o projeto desde 2011. “É um prazer enorme seguir cercada de pessoas que acreditam no trabalho e me instigam a continuar criando com curiosidade e desejo”, afirma a chef.

O restaurante ocupa o térreo da Capela Verda Farrar, projeto modernista de Sylvio de Vasconcelos, com ambientação assinada pela Arca Arquitetura. A proposta valoriza as linhas originais do edifício e reverencia a paisagem mineira por meio de tons de terra, materiais naturais, vegetação nativa e texturas que evocam o território.

Aberto ao público durante todo o período da mostra, o MINÉRA é, antes de tudo, uma afirmação do gesto criativo de Agnes Farkasvölgyi: uma cozinheira que sabe olhar para sua terra sem medo de ir além dela.




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