A Galeria São Vicente ganhou um novo inquilino: o restaurante TOM, comandado pela chef Ana Clara Valadares. Conhecida por seu trabalho preciso em casas como Birosca e Florestal, ela apresenta no novo espaço sua “cozinha de herança” — pratos que partem de memórias afetivas, influências afro-indígenas-portuguesas e ingredientes mineiros, tratados com técnica contemporânea em uma cozinha que se quer viva, direta e generosa.
O cardápio se organiza em quatro eixos — petiscar, partilhar, deliciar e lambuzar —, com combinações que podem ser feitas com liberdade. Entre as primeiras sugestões, a Batata com maionese kewpie e furikake da casa e as Croquetas de torresmo com aioli de anchova. O Ahimi traz um trio de tomate curado, maionese, ovas de salmão e brioche frito. Há ainda o Pão sourdough de fermentação natural, servido com manteigas saborizadas, que funciona tanto como entrada quanto como acompanhamento.
Na sessão partilhar, o Zampone — pé e panturrilha de porco desossados e recheados com sua própria carne — chega à mesa com purê de feijão branco, gremolata de coentro com pimenta de cheiro e torresminho de orelha. O Verdes e bottarga combina brócolis e quiabo grelhados, coalhada da casa, bottarga ralada, poejo e gergelim. Já o Peixe, algas e maracujá contrapõe acidez e umami com molho de maracujá, açafrão da terra, aipo e peixe curado em algas.
Entre os pratos mais substanciosos, os Bolinhos de couve e taioba, com molho de tomates tostados, creme de queijo fresco e nuvem de Gomeiral, mostram o cuidado técnico e a valorização dos vegetais. Já o Raviolone com natas, recheado com ragu de ossobuco e servido com molho de nata, pimenta de cheiro e basílico, equilibra potência e delicadeza.
As sobremesas seguem o mesmo raciocínio. O Pastel do Centro é feito com massa de pastel, mousse de banana tostada e caramelo. A Bença Mãe, uma tartelete de farinha de amêndoas e manteiga noisette, leva mousse de gemada e creme diplomata.
A carta de drinques, cervejas e vinhos acompanha a proposta da casa: descomplicada, autoral e feita não só para conversar com a comida, mas agregar. Tudo interpretado com domínio técnico, frescor criativo e um desejo claro de partilha.
A concepção do espaço e o bar são assinados por Túlio D’Angelo, também sócio do projeto e conhecido por outros endereços da cidade como Palito, Bolacha e Charcutaria Central. Entre os coquetéis criados por ele, estão o Fusca 66 (vodka, calda de cereja amarena e limão), o Antiplano (tequila, acerola, flor de sal e páprica), o Incógnito (gin, Lillet, Amaro Bianco e disco de Campari), o Crepúsculo (gin, cranberry, limão siciliano e clara), o Vertigem (cachaça com fat wash, Peychaud’s e alfavaquinha) e o Escarlate, que combina gin, hibisco e dry vermouth com palito de gorgonzola e ova vermelha.
O espaço tem cerca de 100 lugares entre salão, banquetas e uma varanda voltada para a Avenida Amazonas — projeto arquitetônico que dialoga com a vista urbana.
Com proposta autoral e contemporânea, o TOM aposta em uma cozinha de ingredientes, direta e precisa, guiada pela escuta atenta aos produtos, às tradições e à cidade. Funcionará de quarta a sexta, das 18h30 às 24h; aos sábados, das 12h às 24h; e aos domingos, das 12h às 17h. A casa fica na Avenida Amazonas, 1049, loja 70 — Centro de Belo Horizonte.
Serviço
• Inauguração: quarta-feira, 25/06
• Horários: quarta, quinta e sexta das 18h30 à 0h; sábado das 12h às 0h; domingo das 12h às 17h
• Endereço: Av. Amazonas, 1049 – loja 70 – Centro, Belo Horizonte
• Instagram: @tomcozinha
O Parque do Palácio, em Belo Horizonte, inaugura neste domingo, 18 de maio, a exposição SOLO, da artista Poli Pieratti, com curadoria de Sarah Ruach, fundadora do Escritório de Arte Ruach. A abertura será marcada por um coquetel para convidados, a partir das 15h.
A mostra apresenta uma série inédita de pinturas em pastel seco sobre tela que evocam o Cerrado — não apenas como paisagem, mas como solo simbólico, pulsante e essencial para a vida. As obras, delicadas, sugerem paisagens subterrâneas e o movimento silencioso da água sob a terra. Em tons de rosa e azul, Pieratti revela a dimensão vital do bioma, que concentra oito das doze principais regiões hidrográficas do Brasil e é considerado o grande aquífero do país.
Artista visual brasiliense, Pieratti residiu em Belo Horizonte nos últimos três meses para produzir parte da exposição. Encontra no Cerrado um território que é também interior: lugar de travessia entre geografias e memórias. “Há algo maior do que o braço que vai levando a cor, guiando as formas”, diz a artista. “A pintura me lança para dentro de mim, para as memórias submersas e suas correntes.”
Com uma produção que transita entre pintura, desenho e linguagem cartográfica, a artista tem uma relação poética e contínua com o território. Participou de importantes eventos do circuito nacional e teve obras expostas em mostras individuais e coletivas em Brasília, São Paulo e Belo Horizonte.
Para além da geografia, SOLO propõe uma leitura sensível do Cerrado como território originário, berço das águas e guardião da biodiversidade. “Ao primeiro olhar, pouco; ao segundo, tudo”, escreve Ruach. “Natureza complexa, árvores pequenas, águas profundas.”
Ao ocupar o Parque do Palácio — antiga residência oficial do governo mineiro, projetada por Oscar Niemeyer —, a exposição estabelece um diálogo entre arte, paisagem e arquitetura modernista. Para Pieratti, nascida em Brasília, capital do modernismo, há um prazer simbólico em apresentar seus trabalhos em um dos marcos arquitetônicos de Minas Gerais: um espaço onde a matéria do solo encontra também a matéria da forma. SOLO é um convite ao mergulho — no território, no gesto, na imagem. E, como destaca a curadora, “um mergulho no que a vida tem de mais cru, de mais verdadeiro.”
Parte da residência artística foi viabilizada com apoio do Hotel Tryp, que acolheu a artista em uma experiência de criação em ambiente hoteleiro — reforçando o deslocamento como parte fundamental do processo.
SERVIÇO
Exposição: SOLO – Poli Pieratti
Curadoria: Sarah Ruach
Local: Parque do Palácio – Rua Prof. Djalma Guimarães, 161 – Portaria 2 – Mangabeiras – Belo Horizonte/MG
Abertura: domingo, 18 de maio de 2025, às 15h (coquetel para convidados)
Visitação: quarta a sexta, das 10h às 18h | sábado e domingo, das 9h às 18h
Ingresso: R$10,00
Mais informações: @parquedopalacio | www.parquedopalacio.com
A charmosa esquina da Rua São Domingos do Prata, no bairro Santo Antônio, vai ficar ainda mais iluminada: a partir de agora, a Cozinha Santo Antônio passa a abrir também às sextas-feiras à noite, das 19h às 23h. A novidade amplia o horário de funcionamento da casa, que há cinco anos oferece um almoço afetivo, com ingredientes frescos, histórias no prato e a hospitalidade que é marca da chef Ju Duarte.
“A gente já sabia que essa esquina ficava linda de noite — agora vamos abrir mais uma noite para todo mundo ver. Sexta é dia de voltar, de reunir, de experimentar. Nosso bar de quintal, o @puxadinho_bardequintal, pediu e a gente atendeu. Estamos ensaiando uma mudança de horário por aqui. Bora ver no que dá?”, conta Ju.
A abertura nas noites de sexta é mais um passo nesse ensaio de mudanças que a chef vem propondo para o espaço, sempre de forma orgânica e próxima ao público. Com formação em História, Ju imprime nos pratos uma mistura de tradição e liberdade, valorizando produtores locais e mantendo uma cozinha cheia de personalidade.
Com localização estratégica e atmosfera acolhedora, a Cozinha Santo Antônio se consolidou como um dos destinos gastronômicos mais queridos da região, unindo sabor, afeto e o melhor da cultura mineira.
Serviço
Cozinha Santo Antônio
Rua São Domingos do Prata, 453 – Santo Antônio, Belo Horizonte
Funcionamento:
De terça a sexta das 12h às 15h
Sábados, domingos e feriados das 12h30 às 17h
Quintas e sextas das 19h às 23h