Um café da manhã caprichado, bem mineiro, que nos remete imediatamente a outros tempos, quando o ritmo era mais lento e a comida, além de alimento, também era aconchego. É assim o Café Bellíssima, da gestora ambiental e agrônoma Isabella Bittencourt.
Por lá, nada de estrangeirismo. É pão, bolo, ovos cremosos, frutas, granola, iogurte… Tudo artesanal, feito alí ou vindo dos melhores fornecedores. A salada de frutas é um sucesso, sempre fresquinha, com ingredientes selecionados nos vizinhos do mercado. Algumas frutas viram geleias e outras refrescantes sucos.
Os bolos são um capitulo à parte. Os sabores variam todos os fins de semana, tem de mexerica, milho com requeijão, castanha do pará com doce de leite e o mais famoso deles, o de banana. Tão famoso que Bella, como é conhecida, disponibiliza unidades para os clientes levarem. O mesmo acontece com o iogurte que ela mesma prepara. São vários os clientes que encomendam litros para casa.
Já o pão é terceirizado e vem de diferentes padarias artesanais: Madre, Cumpanio e Ancestral. “Tenho meus preferidos, prefiro servir assim, pegando o que considero o melhor de cada um”, explica. E numa boa mesa mineira não pode faltar pão de queijo, no caso feito com 40% de queijo.
E tem café delicioso para harmonizar, é claro. Os grãos são selecionados e os blends especiais, afinal Bella também é barista. “Pode parecer que a minha profissão está distante do que faço aqui, mas é tudo interligado. Entendo de solo e seus frutos, ir para cozinha é uma consequência disso. Sempre de olho no que nos faz bem, na comida de verdade” diz ela. Para quem não é do café, um chocolate quente delícia feito com cacau e canela é uma ótima substituição.
Para os mais decididos, é possível pular o buffet e pedir um tradicional pão na chapa com manteiga e queijo acompanhado de um pingado!
Outros quitutes são servidos durante a semana, ao longo do dia e funcionam bem no chá da tarde. Bolos, brownies, chocolates… alguns feitos ali e outros de parceiros como o Chocolate Lab, que prova que a confeitaria funcional e vegana pode ser sim deliciosa.
Como não poderia deixar de ser, o clima é descontraído, afinal estamos em um charmoso mercado. Famílias, senhorinhas, jovens casais… alguns aproveitando para fazer uma boquinha entre uma compra e outra. Mas o bom mesmo é aproveitar sem pressa, emendar o café no chope e curtir o fim de semana. As compras ficam para depois.
O café da manhã é servido no estilo buffet, R$5,69/100g, de 9h30 às 12h30, todo sábado e domingo.
Café Bellíssima: Rua Ouro Fino 452, Cruzeiro.
O Jardim de Minha Mãe (2018/2019) parte de dois grandes motivos: o jardim, tema de imensa recorrência nas artes; além da figura materna, a quem pertenceria o jardim-modelo das telas e desenhos presentes nesta mostra.
No entanto, ao invés de meros retratos, o que temos são corpos vegetais matizados de modo a quase se dissolverem nas pinceladas grossas e densas, o que faz com que a forma, em cada uma das obras, se torne tão importante quanto o conteúdo. Daí advém um forte caráter autoral da série, e a filiação à tradição ou à figura materna, que, aliás, se condensam na figura do jardim, é tornada bastante complexa, num jogo de continuidade, ruptura e reinvenção.
Para Cristina, “o jardim rememorado traz a consciência da perda do Paraíso e clama pelo retorno ao centro, mesmo quando nos parece impossível a travessia das múltiplas camadas que o cercam; muros que foram erguidos em busca de proteção.” Esta complexidade se adensa numa marca deste trabalho, a melancolia. Ela ganha corpo pelo protagonismo dos tons amenos e turvos de verde e azul em detrimento de cores mais quentes e, sobretudo, nítidas, como o vermelho e o alaranjado. É menos frequente, também, um fundo branco para dar maior nitidez ou contorno às figuras; ao contrário, quase sempre temos pinceladas espessas e irregulares tornando porosas as fronteiras que separam as plantas, lagos e troncos uns dos outros. E a identidade das formas vegetais fica submetida a uma lógica das intensidades e nuances. Logo, portanto, a visão deste jardim se torna turva: ele, delicadamente, se perde para seu observador devido ao modo como é representado.
Lembramos, também, que o jardim é a natureza organizada pelo trabalho da mãe, fazendo com que nele se inscreva duas origens: da pintora (mãe) e da pintura (modelo), da cria e da criatura. Uma origem da qual as pinceladas, paradoxalmente, nos fazem afastar, pela pouca figuratividade que possuem, e da qual nos aproxima, pela explícita remissão. “Tempo e lugar da memória da infância no pequeno jardim materno, coberto pelos corpos vegetais, vasos, frescores, cadeiras de varanda e cuidados diários. Tempo de Paraísos e Abundâncias: a vida preenchia todos os nossos espaços internos e os vazios futuros” lembra Cristina. Logo, temos um jardim-uterino perdido ao qual nunca se volta, mas do qual, por outro lado, nunca se afasta completamente.
Da biografia e tradição às pinceladas, finalmente, O Jardim de Minha Mãe elabora uma fina camada de nuances, consciente que é da impossibilidade de uma recuperação total do jardim-uterino. Livre da tarefa documental, sua pintura inverte, por outro lado, o sinal da melancolia: pois a perda se torna, aqui, elemento criativo, e a insubmissão à retratação se converte na invenção de novos objetos. Assim, os fortes tons rosados que irrompem em meio ao verde e que poderiam ser lidos como as flores emergindo das plantas, também sinalizariam a uma certa alegria em meio à melancolia. Algo vivo e carnal brotando em meio à nebulosidade e turbidez do azul esverdeado.
Entre o passado e a face oculta deste, ao mesmo tempo, estranho e familiar jardim-uterino, nascem plantas-borrões, caules- pinceladas, lagos-flores brutos e indomesticados, oriundos da mão de um jardineiro não adâmico que, num corpo a corpo com sua matéria bruta, interfere e se deixa atravessar por ela, estando ambos em mútua reinvenção. No eterno e recíproco cultivo que não visa angariar formas acabadas e definitivas, mas matizar, entre memória e invenção, intensidades e nuances.
Texto crítico: Marina Câmara e João Guilherme Dayrell. Curadoria: Laura Barbi (GAL) e Nydia Negromonte (ESPAI)
CRISTINA MARIGO (1955, Governador Valadares - MG)vive e trabalha em Belo Horizonte.
É artista visual formada em artes plásticas pela Escola Guignard (UEMG). Participou da Residência Artística Ocupa Espai sob a orientação de Nydia Negromonte e Marcelo Drummond em 2018-2019. Foi contemplada com o 1o Prêmio BDMG Cultural / 1o Salão de Arte da Escola Guignard (1996) e realizou exposições individuais no Minas Centro (2011) e no BDMG (1992) ambas em Belo Horizonte e na Galeria Monhangara - Palácio da Cultura (1991) em Governador Valadares. Dentre outras, participou das exposições coletivas Re fartura - Galpão Paraiso (2015), Fartura - Galpão Paraíso (2014), Daqui A Um Século, Centro Cultural da UFMG (1997), todas em Belo Horizonte.
O JARDIM DE MINHA MÃE
EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL - Cristina Marigo
abertura: 20 de Agosto 2019 • 19 - 22h exposição continua até 8 de Setembro 2019.
CENTRO CULTURAL SESIMINAS
Padre Marinho, 60 - Santa Efigênia Belo Horizonte, MG, Brasil
Terça - Domingo, 9 - 19h
Sobre a GAL
GAL é uma galeria e um projeto de arte contemporânea que propõe novos contextos para a fruição, participação, criação, crítica e consumo de arte. “A proposta é expandir o mercado de arte em ações físicas e virtuais para criar oportunidades para artistas, colecionadores e novos consumidores de arte”, explica Laura Barbi, uma das idealizadoras do projeto.
Em seu acervo, estão disponíveis trabalhos de Aleta Valente (ex miss febem), Aline Xavier, Carolina Botura, Clara Moreira, erreerre (Ricardo Reis), Giulia Puntel, Guilherme Cunha, Julia Panadés, Marina Tasca, Ricardo Burgarelli, Roberto Bellini e Rodrigo Borges. Artistas de múltiplas realidades e trajetórias que têm como premissa a liberdade artística, individual e expressiva.
GAL ocupa espaços com exposições e ações temporárias e gratuitas; produz edições limitadas e numeradas de obras; edita e comercializa publicações além de conceber e produzir outros projetos voltados à memória e difusão de arte brasileira. Por fim, estabelece um modelo de galeria online para a compra e venda de arte com transparência e rapidez na entrega. GAL é acrônimo para Galeria Livre, Galeria de Arte ou Artistas Livres. Surgiu em 2018 em Belo Horizonte e suas ações têm alcance global, inclusive entregas para todo Brasil e exterior.
Gal Arte e Pesquisa
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A única loja Mara Mac de Belo Horizonte, que ficava no Patio Savassi, fechou no primeiro semestre deste ano deixando várias mineiras elegantes entristecidas. Mas agora elas já podem comemorar, inaugura no dia 21 de agosto a “shop in shop” da grife na Mary Caetano. Depois de Marisa Ribeiro, Lenny e Plural, chegou a vez da marca carioca aderir a este novo formato proposto por um dos espaços mais tradicionais da moda da capital. Cada grife recebe um espaço exclusivo no casarão da Rua Claudio Manuel, com identidade própria e coleção completa, garantindo um verdadeira experiência com cada marca. “Trouxemos até a gerente da antiga loja do shopping” conta Paula Caetano que está a frente do marketing da empresa fundada pela sua avó.
Com 47 anos de história, a grife carioca Mara Mac é referencia na moda brasileira com suas roupas atemporais com toque de contemporaneidade. Qualidade, originalidade e estilo são a base das criações de Mara Mac Dowel, estilista gaúcha que foi aos sete anos para o Rio de Janeiro.
A marca foi fundada por três amigas (Edith Vasconcellos, Jane Merlyn e Maria Sweet) com o nome Mariazinha, em Ipanema. Mara Mac Dowell entrou para o time dois anos depois, como assistente de estilo e, desde o fim da década de 1980, está à frente da grife. A partir de 2002, a marca expandiu as lojas para São Paulo, Salvador e Brasília, e passou a se chamar Mara Mac.
Sobre a Mary Caetano
Uma casa linda e acolhedora é abrigo da Mary Caetano, multimarca com foco em marcas nacionais de luxo. Ali também é o segundo de lar de várias clientes que encontram as amigas para um café, veem as novidades e passam uma tarde agradável por lá. Este clima intimista é marca registrada desde sua inauguração.
Em 25 de maio de 1968, Mary Koenigkan Caetano marcava sua entrada para o então restrito ciclo da moda mineira. Sempre visionaria, antenada e apaixonada pelo bem vestir, trazia peças do mundo inteiro para o seu apartamento na Rua Levindo Lopes.
A intensa procura por suas roupas fez com que em setembro de 1974, ela chegasse ao casarão da Rua Cláudio Manoel, imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Belo Horizonte. Com seu jeito clássico mas sempre acompanhando as tendências da moda brasileira, a Mary Caetano passa longe dos modismos e foca num produto que seja eterno em qualidade e estilo.
“Somos apaixonados pela moda nacional e pelo trabalho que os brasileiros desempenham na moda atual. Temos o privilégio de trabalhar com grandes ídolos nossos do setor como Marisa Ribeiro, Lenny Niemeyer e Mara Mac Dowel” explica Berenice Caetano que junto ao irmão Eduardo Caetano, comanda o espaço.
São eles os responsáveis pela modernização da empresa, trazendo entre outras novidades o conceito de shop-in-shop, um formato que permite que a cliente tenha contato com a coleção completa e com o posicionamento das marcas, numa verdadeira imersão. E isso é só o começo.
Serviço
De segunda a sexta de 09:00 as 19:00 e sábado de 09:00 as 13:00. Rua Cláudio Manoel, 282/ Funcionários. Contato: 31.3225-0455.
www.instagram.com/marycaetanoloja